Existem muitos mitos que desaconselham o uso de fornos de microondas para preparar alimentos.

Esses mitos são grandes equívocos, pois o pouco conhecimento sobre o tema leva muitas pessoas a acreditarem que os alimentos podem ficar contaminados por algum tipo de radiação causadora de doenças como o câncer.

Além disso, pensam que os alimentos perdem seu valor nutritivo pela “degradação” causada pelas radiações.

As microondas são radiação de baixa energia, tanto que são insuficientes para ionizar as moléculas ou átomos dos alimentos. Radiações ionizantes são aquelas que têm energia suficiente para arrancar elétrons dos átomos, como é o caso dos raios ultra-violeta C, raios x e raios γ . A energia que um fóton da radiação deve transferir para arrancar um elétron de um átomo depende do elemento e varia de 2,5 a 25 eV (1eV = 1,9.10-19J).

As microondas não têm energia suficiente para provocar esse efeito, portanto não são ionizantes. A energia que carregam, porém, é suficiente para provocar o aumento da energia cinética de certas moléculas e, como conseqüência, o aumento da temperatura.

Assim, o único problema que podem causar são queimaduras profundas em caso de acidentes. Portanto, não devemos entrar em contato direto com as microondas, pois elas danificam células vivas por aumentar a energia cinética e causar queimaduras graves.

Apesar da conveniência e necessidade de tomar medidas de segurança e prevenção contra queimaduras com microondas, não existe nenhum perigo de os alimentos preparados num forno de microondas ficarem contaminados com radiação.

A única coisa que permanece nos alimentos é o aumento de sua energia interna (temperatura). As microondas deixam de existir tão logo o aparelho for desligado, não permanecendo nem nos alimentos, nem no forno.

Exposição aos Fornos de Microondas:

Fornos de microondas são sem dúvida uma forma conveniente de cozinhar, e reaquecer comidas. Sua facilidade de operação e popularidade aumentam a cada dia, e apesar de não se discutir sua conveniência, é importante considerar aspectos de segurança aos usuários e ao alimento.

Devido a fobias que muitas vezes atormentam certas pessoas, é importante frisar que comidas cozidas em fornos de microondas não apresentam risco de ficarem com radiação.

As microondas cessam de existir tão logo que o forno é desligado, não permanecendo no alimento, nem no forno!

Nas últimas décadas as pessoas estavam mais preocupadas com os danos e riscos
oriundos dos fornos de microondas, tanto que em 1976, na Inglaterra, foi estabelecido um nível máximo de fugas de fornos de microondas limitando a 5 mW/cm2 a 5 cm de distância.

Estes fornos operam a 2,45 GHz, desenvolvendo um complexo de trajetórias no interior do aparelho, e com geração de diversas harmônicas, sendo que as energias geradas por essas harmônicas, não são significantes sob o ponto de vista da segurança.

A percentagem de fornos de microondas que emitem radiações acima de 2mW/cm2
quando a porta está fechada, foi 6% em 1980, 14% em 1981, 10% em 1982 e 4% em 1983.

Medidas de fuga de radiação em fornos de microondas, em alguns hospitais da Escócia, entre 1980 e 1984, medidos pelo Departamento de Física Clínica e Bio -Engenharia da Universidade da Escócia, podem ser vistas na Tabela 4.3.

Atualmente é tecnicamente factível fabricar fornos de microondas com fugas muito baixas, inclusive abaixo de 0,2 mW/cm2. As fugas são mais suscetíveis, em aparelhos em que as portas ou não fecham direito, ou são de alguma forma apresentam sinais de corrosão.

As portas de fornos de microondas possuem um interruptor que sempre deve desligar o gerador de microondas ( magnetron) imediatamente, ao serem abertas. Um forno em boas condições de uso é praticamente não possui fugas de radiação.

Uma consideração importante que existia à respeito das fugas em fornos de microondas trata de receios de pessoas que possuem marcapassos cardíacos, no sentido da radiação eletromagnética emitida pelo microondas alterar seu funcionamento.

A maioria dos marcapassos é blindado contra interferência elétrica sendo que as fugas se existirem, praticamente não interagem com os mesmos. Os marcapassos são testados para não atuarem sob campos de até 10 mW/cm2, valores bem acima do máximo de fuga permitida nos aparelhos de microondas, que á de 5 mW/cm2.

Normas atualmente mais aceitas, (FDA, IEEE, OSHA, etc.) limitam a fuga das radiações eletromagnéticas em fornos de microondas à 5mW/cm2 a 5cm da superfície da porta.

Autores: Ivo Mai e Prof. Alwin Elbern
Fontes: UFRGS e Curso de Eng. de Seg. do Trabalho – Radiações Não-Ionizantes