Avaliação realizada pela Proteste, com dez fogões de cinco bocas, de marcas diferentes, reprovou três deles (Consul, Esmaltec e Mueller) por apresentarem problemas que trazem risco à segurança e saúde do consumidor: aquecimento das laterais e emissão de monóxido de carbono além do permitido pela legislação.
O agravante, ressalta a coordenadora Institucional da entidade, Maria Inês Dolci, é que são falhas impossíveis de serem detectadas pelo consumidor na hora da compra:
— Ele só vai se dar conta de que existe um problema ao sofrer uma queimadura ou intoxicação. Não podemos esquecer que a maioria dos acidentes domésticos ocorre na cozinha.
Inmetro abranda norma
O modelo Consul apresentou problema na segurança térmica, por ultrapassar o limite fixado pela legislação brasileira, com base em parâmetros estabelecidos pelo Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro) para temperaturas da lateral do aparelho, que é de 60°C mais a temperatura ambiente, de 25°C em média. Ou seja, de acordo com a entidade, há riscos de o usuário se queimar ao encostar nas laterais do eletrodoméstico.
No caso dos fogões Esmaltec e Mueller ocorreu vazamento de monóxido de carbono (CO) acima do limite seguro, que é de 0,15% com base nas normas do Inmetro e da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Tóxico, o gás carbônico é incolor, inodoro e, de início, não irritante. Por isso, difícil de ser detectado em caso de vazamento.
— A liberação de CO acima deste limite pode causar danos àsaúde. Em locais fechados, sem ventilação e após um período prolongado de exposição, pode causar até a morte — alerta Brunna Simões Festa, do Centro de Competência de Produtos da Proteste, coordenadora da pesquisa.
Em agosto do ano passado o Inmetro publicou a portaria 400, que tornava mais rígidas os parâmetros de temperaturas externas. A portaria previa como limite de temperatura para as partes frontais da porta do forno e laterais 70°C (45°C na superfície metálica mais 25°C referentes ao que o instituto considera temperatura média ambiente). Os fabricantes teriam até 1° de agosto de 2018 para se adequarem.
No entanto, uma nova portaria, publicada no último dia 10, abrandou o limite de temperatura para as partes laterais, que agora poderão atingir até 60°C da superfície metálica mais 25°C de temperatura média ambiente. O prazo para adaptação pelos fabricantes, no entanto, foi reduzido em quatro anos, para 3 de agosto de 2014. O varejo terá mais dois anos, além desta data, para interromper a venda de produtos fora da nova especificação.
— Seguimos as lógicas americana e europeia que consideram a parte frontal dos fogões mais exposta que a lateral e, por isso, devem ter um limite mais rigoroso. Além disso, levamos em consideração sugestões feitas na consulta pública para a portaria anterior — argumenta o chefe da Divisão de Programas de Avaliação da Conformidade do Inmetro, Gustavo Kuster, sobre o aumento da temperatura das laterais do eletrodoméstico.
A Proteste pediu esclarecimentos ao Inmetro sobre a flexibilização da regra, por meio de um ofício, e critica o fato de a mudança não ter passado por consulta pública. A coordenadora Institucional da Proteste defende que normas devem ser alteradas para aumentar a segurança do consumidor, não o contrário:
— Pedimos ao Inmetro que reveja estas temperaturas, que devem se tornar mais rígidas.
A entidade também encaminhou os resultados do teste ao instituto. O Inmetro informou que vai notificar a prestar esclarecimentos todas as empresas que tiveram produtos avaliados como não conformes.
No entanto, diz que o ofício recebido da entidade não traz informações fundamentais para a avaliação, como a temperatura ambiente no momento do ensaio. O instituto disse, ainda, que por se tratar de portaria que promove “um aperfeiçoamento pontual de regulamentação já existente”, não há necessidade de promover uma nova consulta pública.
A Proteste testou nove itens de segurança, funcionalidade e eficiência. Depois das avaliações, cada fogão obteve uma pontuação, que poderia chegar a cem, com peso maior aos itens de segurança. Como a entidade entende que falhas de segurança são graves, os três modelos eliminados nestes quesitos nem tiveram os demais itens testados e, por isso, foram reprovados. O produto que obteve a melhor classificação foi o fogão Novitá da Continental fabricado pela empresa Mabe, que chegou a 72 pontos.
Os sete fogões que continuaram sendo testados se mostraram seguros em todos os itens de segurança mecânica: conexões, manípulos (botão de controle de chama), injetores de gás, dispositivo supervisor da chama, sistema de ignição, estabilidade dos queimadores e propagação e estabilidade da chama. E, como os modelos de cinco bocas são maiores e mais estáveis, não foi identificado risco de tombamento. Com relação à segurança elétrica, os dez fogões são seguros, diz a Proteste.
O que dizem as empresas
O Grupo Mabe — detentor da Continental, Dako e GE Eletrodomésticos — defendeu, em nota, que seus produtos são produzidos dentro de “rigorosos padrões de qualidade”.
A marca Clarice informou que tem buscado atingir as temperaturas externas ideais e ressaltou que “isso demanda tempo para adaptar a fábrica e o produto”.
A Electrolux garantiu cumprir “as normas de qualidade e segurança do Inmetro, além de realizar testes periódicos em laboratórios creditados pelo instituto”.
A Whirlpool Latin America, detentora das marcas Brastemp e Consul, disse não reconhecer os resultados do teste e afirmou que seus produtos são “desenvolvidos e certificados de acordo com as normas vigentes, validados pelo Inmetro e por rígido controle interno”.
Sobre a avaliação negativa nos itens segurança térmica e aquecimento do forno, a Atlas informou que a produção é testada diariamente e que “não foi constatado em nenhum lote qualquer das divergências apontadas” e questionou os critérios usados pela Proteste. A empresa reforçou que está adequada às normas e que seus produtos têm a aprovação do Inmetro.
A Mueller também argumentou que todos os produtos são certificados pelo instituto. Mas informou que irá apurar os motivos de o teste ter identificado falhas, “para que sejam tomadas as providências para sanar quaisquer problemas”.
Fonte: http://www.portaldoconsumidor.gov.br
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A empresa apresentou-me, por mensagem de correio eletrônico justificativas sem “pé nem cabeça”, sobre os preços abusivos praticados, por considerar o consumidor “refém” do produto. Abaixo transcrevo as justificativas da empresa e minha resposta. Alerto aos potenciais consumidores quanto aos riscos na compra desse “cooktop oneway”.
Prezados Srs.
Suas justificativas a seguir abaixo transcritas:
“Esclarecemos que os valores ofertados pelo posto autorizado estão de acordo com valores praticados de mercado, levando em consideração que o produto pertence a uma linha mais sofisticada, seu valor de manutenção será mais auto comparado ao reparo de um cooktop comum, onde o vidro é uma peça primordial do produto sendo esse uns dos componentes com valor mais elevado.
Com relação as informações da panelas, vale ressaltar que consta informação referente a utensílios que não podem ser utilizados :”
Tenho a acrescentar o seguinte:
Suas informações continuam sem nenhuma relação com a realidade e deixam claro a enorme inconsistência de sua política de preços. Se não vejamos:
1. Não é verdade que se tratam de preços praticados pelo mercado. O que é praticado pelas autorizadas é o preço do serviço de troca do tampo, em torno de R$ 100 a 150. Peço indicar-me onde encontro os preços “praticados pelo mercado” do tampo de vidro que essa empresa – Fischer -, fornece às autorizadas por cerca de R$ 800,00, de acordo com algumas informações por telefone de quatro delas. Ao que consta somente a própria Fischer fornece esse tampo às suas autorizadas.
2. É fácil perceber que o tampo de vidro é o componente de valor mais alto no fogão. Mas ele está incorporado no fogão que é produzido e vendido por essa empresa aos distribuidores comerciais. Como essa empresa cobra R$ 800 às autorizadas (de acordo com informações dessas), mais o custo do serviço de reparo, a troca desse tampo custa próximo a R$ 1.000,00. Mas o preço do fogão novo é R$ 800,00 no Magazine Luiza, e menos ainda que isso no site das Lojas Americanas.
3. Suas justificativas são teratológicas e não têm cabimento. Ninguém no mundo compraria um fogão, cujo tampo, com garantia de 90 dias, que se danifica com pouquíssimo uso, para ser trocado, custa 25% mais do que o fogão novo.
4. Quanto às características das panelas que estão acima transcritas, constantes do manual de instrução do produto, é especificado, literalmente “fundo liso, com uma boa espessura”. Em sua mensagem anterior o Sr. informou a exigência de panelas “Inox com fundo Triplo”. Ademais, não há como o consumidor saber o que é uma “boa espessura”. Essa forma de caracterizar pretende responsabilizar o consumidor pela baixa qualidade do produto.
5. Não são aceitáveis as justificativas. Quanto mais que o produto tem dimensões específicas. É colocado embutido em balcão de granito e não há como ser substituído por outro, sem enorme prejuízo com a troca do granito.
Eu lembro de ter olhado esse quadro quando comprei o meu fogão.
Quando comprei o meu fogão um amigo me indicou a loja online da fábrica que produz as marcas GE, Dako e Continental. Tem os preços de fábrica com descontos. Partilho com vocês o link para que todo mundo possa aproveitar. Tem alguns produtos esgotados e muitas pontas de estoque mas sempre bons descontos.
http://www.lojamabecorp.com.br/sulamerica acho que o link é so para a galera que trabalha na sulamerica mas como não pedem identificação para entrar todo mundo pode comprar.
Olá Carla,
Em 2013.
Por favor , qual a data em que foi realizado esses testes. é atualizado?